Você quer saber por quê?

terça-feira, 21 de dezembro de 2010
Por que não dói tanto quando alguém morre?
Alguém que talvez devesse significar muito para você?
Por que você não chorou ao saber?
Por que você não sabe o que dizer?
Você é indiferente?
Você me parece indiferente!
Você o amava?
Sim?
Só por que tinha laços de sangue?
Talvez porque o quisesse bem apesar de tudo não é?
Vamos, estou tentando te ajudar!
O que você quer agora?
Você acredita que ele está com Deus?
Isso te conforta?
Pelo menos você dedicará uma oração a ele?
Você realmente se importa?
Não!?
Você não se importa!?
É mesmo importante você saber o que realmente sente?
Te lançarem olhares tortos pela sua aparente indiferença, incomoda?
O quê?
Você não é exatamente indiferente?
Não mesmo?
Se fulano morreu, isso importa?
Ah, então importa para alguém que você gosta!?
Você não sabe o que dizer?
Mas cospe algumas palavras de consolo?
Pelo menos tenta?
Entendi, poucas palavras, melhor poucas do que dizer asneiras não é mesmo?
Talvez valha a intenção não é?
Talvez basta saberem que podem contar com você, é isso?
Foi o que eu entendi?
A vida continua, é como você vê?
Ele poderia estar sofrendo aqui, concordo, será que foi melhor assim?
Você não consegue chorar?
Mas você não conviveu com ele!?
Só um pouco?
Ele te faltou?
Algumas vezes não é mesmo?
Mas você jamais o desejou mal, correto?
Por que você se culpa?
Por que não derramou uma lágrima sequer?
Por que não doeu tanto assim como deveria?
Você é indiferente?
Você acha que não, correto?
Acho que você não sabe realmente.
Quem sabe talvez se fosse alguém que significasse bem mais?
Talvez você possua sim alguma noção.

Presente do Sheep



Vazio

Sabe aqueles dias?

Aqueles em que você se sente vazio...

Um vácuo de esperanças de sabe se lá o quê.

Que não tem explicação,

Mas te deixa entediado,

Confuso,

Com medo,

Sem rumo...

Você não sabe o que esperar

Não sabe o que será

Não sabe o que ser

Quando ser

Quando será...

Só uma vazio

Que te faz brincar com os objetos na mesa

Colocando algo pra girar

Escrevendo algo repetitivo e sem parar

Olhando pro nada perdido...

Estou perdido

Estou vazio

Meu peito que sinto dar pontadas de angústia

As conversas são vagas

Você não sabe o porquê

Quer se encapsular e ser engolido por um cobertor

Já que nada parece ter sentido

Já que tudo é um grande vazio

Estou parado

Cansado

Exausto

Qual o sentido de estar vivo?

Insegurança

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

(imagem da web copiada do blog http://taykatrine.blogspot.com)

Ele acordou aquele dia e maquinalmente iniciou sua rotina, banho, trabalho, café, exatamente nessa ordem, até então talvez nem tivesse acordado completamente, até alguém lhe dizer algo e ele esfregar os olhos, desde então sua mente volta ao dia anterior e lembra-se do contato com o outro, apenas amigos, só que talvez, há algum tempo o tratamento entre os dois tenha ficado... Diferente!
Encontram motivos bobos para se tocar, para se abraçar, para conversar, ou apenas olharem-se mutuamente.
Ele pensa se aquilo não seria um devaneio, talvez estivesse enfeitando a realidade, mas ele nunca sabe quando é real, na verdade ele nunca acredita quando é real, pelo menos até que se comprove de alguma forma, pensa em si mesmo como uma pessoa maliciosa, porém provavelmente só é um cara muito inseguro.
Ele não sabe como agir, pensa em esquecer isso, provavelmente seja só a sua imaginação outra vez, mas bem que poderia ser real... Impossível parar de pensar...
Melhor voltar ao trabalho.

Quase amores

quarta-feira, 27 de outubro de 2010
Ah esses meus quase
Que por pouco não são
Fazem os olhos fascinarem
Só que nem tão perto de perder a razão
Exceto aquela vez
Na qual em quase plena estupidez
Sobressaltou-se a emoção
Metamorfoseando obsessão

Ah esses meus quase
Que por causa daquilo são o que são
Culpa da amarga desilusão
Refugio-me nesta base
Nesse escudo que asfixia
Dedilhando as rachaduras
Quelóides de injurias
Falhas dessa criada camada fria
Corpo fechado
Coração lacrado
Armadura vulnerável
Mas que acaba por vencer
O breve efervescer
O curto fascínio
Abafando ainda no ninho
E arrancando as asas do passarinho

Ah esses meus quase
Que por vezes vem e vai
Sentimento gostoso, vira dor que cubro com gaze
Paixão jamais correspondida, nunca satisfaz
Tais quase procuro evitar
Culpa da fase obsessora
E do medo de se deixar dominar
E a questão que fica, o coração voltará a disparar?

Mais um momento de breguice e pretensão...

quinta-feira, 30 de setembro de 2010


Ser Cachoeira


Queda espumosa d’água

Que passa de calma a agitada

Cercada por maciça e cinza dureza

E de verde vivo transbordando beleza


Grita, rola, se joga, mas o maciço e o verde

Talvez o roteiro reprisado de queda os deleite

Ouvem só o que querem, enfeitados murmúrios

Em desesperados berros calados, invisíveis, mudos


Provável de se apreciar

Seu choro e riso de contagiar

Na correnteza aventura, paixão, luxúria


Das rachaduras lágrimas resultantes de agruras

Caindo, sangrando, um berreiro silencioso e rompante,

Ai deita, admirada, iludida, lúcida e calma na solidão constante.

Breve pretensão...

segunda-feira, 20 de setembro de 2010
...e breguice de um momento passado de encantamento e reflexão.

Copo de Leite

suave tecido, anseio tocar-te
Fascinio discreto e velado
minimamente compartilhado
Me remeto a um Copo-de-Leite
flor bela e delicada.
Pétalas brancas é o que vejo
ao mirar-te
Daí vem o contraste
o rio que expõe
com o farol que te guia
verde-azulado perfeito e cristalino
ou o vermelho que te veste
e caracteriza
Fico embasbacado
suspiros involuntários
escapam
ao escutar a melodia
que o sopro do vento
provoca ao tocar-te por dentro
Oh inveja do vento
da abelha
e do beija-flor.

Ladainha?

domingo, 4 de abril de 2010
Texto escrito mais pra mim mesmo do que pra qualquer outro.

Não é de hoje que escrevo sobre minhas indecisões quanto a vida profissional, ter uma carreira e viver feliz para sempre fazendo o que gosto ou fazendo o que não gosto e ganhando muito dinheiro.
Ok! Eu realmente quero ganhar dinheiro, quero conforto, quero carro, quero casa, quero tv a cabo, internet banda larga, comer o que quiser quando der na telha, ir pra balada, ia ao cinema, sair com os amigos, retribuir tudo que a minha mãe fez por mim até hoje, viajar sempre, viver intensamente...
Pra conseguir tudo isso tenho algumas opções, herdar uma fortuna de uma tia velha que eu não conheço, na verdade seria uma opção se eu não conhecesse todas as minhas tias e não soubesse que de riqueza só o que elas tem é amor, família e valores morais, a palavra "só" aqui é meramente para exemplificação, pois no fundo elas são realmente ricas por terem tudo isso; outra opção seria aplicar o golpe do baú, no entanto essa opção não combina com a minha personalidade e mesmo que eu casasse com alguém que tivesse muito dinheiro, seria por amor, ser rico seria mera coincidência (pelo menos finjam que acreditam); vender o corpo na esquina? Tudo bem, essa não é uma opção, morreria de fome. Mesmo a Bruna Surfistinha teve que suar bastante até a sorte (ou amor?) bater em sua porta; e por último, trabalhar duro. É a opção mais viável e aparentemente fácil, fácil? Fácil nada.
Evidente que não é nenhuma missão impossível, especialmente se você sabe que caminho seguir. Particularmente tenho um sonho, que compartilho com poucos, porém especiais amigos que me incentivam, foi em busca deste, o sonho, que me joguei nessa vida e me mudei para a cidade grande, pelo menos bem maior do que a minha cidade natal, onde as oportunidades existem, porém como alguém já disse por ai, nem tudo são flores.
As dificuldades começam a surgir e você tende a se desesperar, empresta o telefone de alguém e liga pra mamãe quase chorando, coitada dela que fica angustiada por você, sem poder fazer muito, mal sabe ela que fez esse muito só de consolar o filhotinho, ouvir o acalento da mãe sempre tranquiliza, por mais que você saiba que o problema não foi resolvido. Ai você espera o dia de amanhã, sem saber exatamente o que fazer, sem saber como vai ser e tenta não se desesperar. Mexa-se, se encontre na metropóle, construa a oportunidade, ai depois de amanhã pode ser diferente, essa é a expectativa!