Mais um momento de breguice e pretensão...

quinta-feira, 30 de setembro de 2010


Ser Cachoeira


Queda espumosa d’água

Que passa de calma a agitada

Cercada por maciça e cinza dureza

E de verde vivo transbordando beleza


Grita, rola, se joga, mas o maciço e o verde

Talvez o roteiro reprisado de queda os deleite

Ouvem só o que querem, enfeitados murmúrios

Em desesperados berros calados, invisíveis, mudos


Provável de se apreciar

Seu choro e riso de contagiar

Na correnteza aventura, paixão, luxúria


Das rachaduras lágrimas resultantes de agruras

Caindo, sangrando, um berreiro silencioso e rompante,

Ai deita, admirada, iludida, lúcida e calma na solidão constante.

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