Ser Cachoeira
Queda espumosa d’água
Que passa de calma a agitada
Cercada por maciça e cinza dureza
E de verde vivo transbordando beleza
Grita, rola, se joga, mas o maciço e o verde
Talvez o roteiro reprisado de queda os deleite
Ouvem só o que querem, enfeitados murmúrios
Em desesperados berros calados, invisíveis, mudos
Provável de se apreciar
Seu choro e riso de contagiar
Na correnteza aventura, paixão, luxúria
Das rachaduras lágrimas resultantes de agruras
Caindo, sangrando, um berreiro silencioso e rompante,
Ai deita, admirada, iludida, lúcida e calma na solidão constante.
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