Era uma vez um garoto e onde ele morava havia um jardim, que todos os dias era visitado por um beija-flor, o garoto encantado ao ver aquele pequeno ser, amou-o desde o início, era o seu beija-flor, que não vinha todos os dias apenas pelo néctar das flores, mas também pela companhia do menino e os afagos com os quais lhe presenteava.
Às vezes, o garoto fechava a pequena ave em suas mãos e depois de um longo tempo o soltava, o pequeno ser não se importava, talvez por amar o garoto.
Mas um dia depois de muito tempo, o beija-flor voltou, contudo não sozinho, havia outro igual a ele e quando o menino se aproximava, os dois voavam para longe, foi então que uma grande depressão tomou conta dele e só depois de muito remoer seus sentimentos, aprendeu que o pequeno animal era livre e que grande parte de sua beleza era resultado de tal liberdade, aprendeu também que por mais que o amasse, jamais poderia obrigar o animal a ficar para sempre com ele.
Porém tudo deixa marcas, algumas boas, outras ruins, então o garoto foi crescendo e se tornando um homem e à medida que crescia, se formava em volta dele um casulo, casulo esse que acabava por bloquear sua visão e já não lhe permitia mais ver a beleza de qualquer beija-flor, pelo menos não a mesma beleza que o fazia se sentir tão bem e encantado, apenas uma beleza que cansava e que depois de algum tempo desinteressava seus olhos, lhe garantindo apenas alguma satisfação efêmera.
Até que um dia, andando a esmo foi parar no seu jardim, o qual estava fechado e mal cuidado, ele sentou na terra já seca e uma lagarta perdida lhe encontrou, disse-lhe que estava apaixonada, respondeu-lhe que há muito não se permitia apaixonar-se, a lagarta retrucou que a paixão só depende de si mesmo e que é possível ter muitas paixões na vida, em seguida ela partiu suspirando pelo caminho.
O garoto, já quase homem, teve medo, a lagarta de alguma forma trincou seu casulo, bem no instante em que uma borboleta passava despreocupada pelo jardim, ele olhou pela fresta causada em seu casulo, pela lagarta, e sentiu uma pontada no coração, um frio na barriga e um medo muito grande, mas a borboleta era linda e quanto mais se esforçava para ver melhor, mais o casulo rachava, ele tinha medo, ficando cada vez mais desprotegido, sem saber o que aconteceria dali para o futuro...
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