FELIZ NATAL!
Frio na barriga, mas só na barriga!
Estou feliz nesse exato momento, apesar de ter levado um bolo de um amigo e ter descartado o convite de outra amiga porque já tinha marcado com esse amigo, isso talvez seja bom, hoje fico em casa bem tranquilo e aproveito pra fuçar esse computador e organizar todas as minhas coisas a serem transportadas nessa rede abstrato-concreta de tecnologia, me acompanhando ao meu nem tão novo lar: Curitiba!
Provavelmente eu escreva mais nessas férias, então mais cedo ou mais tarde apareço de novo com alguma coisa útil ou não, da qual eu provavelmente não sei de nada!
Quebra-cabeça do desenho de uma ovelha
Frases gozadas que se atam na mente
Risos rimados
Sorrir livremente
De pérolas do sarcasmo
Mentiras verdadeiras
de reflexões infundadas
Dissecadas
De uma ovelha desgarrada
Antes nem ponderadas
Diálogo que provoca
e expulsa do conforto do marasmo
Presença que nutre a alma
Enriquece os dias
Embaralha as idéias
imaginativas de conceitos
que se perdem e se constroem
Complexo quebra-cabeça
Cativo e necessário
Companheiro solitário
Nada que obedeça
a passagem consagrada
Além das necessidades básicas
Sem precisão de explicar
Só bom e bem estar
Irís de Mel
Irís de Mel
Vivacidade em mel feito de pureza
Mirando estanque e misterioso
Sorrir sem dentes, sem esperteza
Falta malícia e ar jocoso
Graça e aura leve
Cessou a primeira impressão de frieza
Derreteu no calor a neve
Em sol frio de nublada beleza
Breves doses de prosa
Causando algum estranhamento
Esse contato repentino
Dissipando o acanhamento
Com espírito jovem de menino
Mel como o da ilha, o lugar que mais gosta
Pobre ou rica?
Criança do interior
olhando o rio
sozinha
A única de um lar pobre
que nem sabe se sabe sonhar
As vezes inventa brincadeiras
Quando não ajuda os pais na lida
Senta na beira do rio
Alcança o horizonte
E pensa que o mundo acaba ali
Pobre ou rica criança?
Neste Instante
Neste instante meu corpo sente falta de algo
Seu abraço apertado
Com o qual preciso me contentar
Até o dia que precise dele sem tanta penúria
Neste instante meus olhos queriam refletir você
Apreciar suas expressões
Aliviando sua ausência na maior parte do tempo
Até o dia em que te olhar, apenas provoque um simples bem estar
Neste instante meus ouvidos estão surdos
Porque queriam te ouvir
Até o dia em que seu tom, deixe de ser música
Quem dera apenas neste instante
Cobiçasse sua compleição
E que amanhã te sentisse só um irmão
Desconforto
Eu senti vontade de chorar
E achei que se deixasse a tinta da caneta riscar o papel
Talvez compensasse a falta de lágrimas
Não compensou
Ainda há um desconforto no coração
Mas não é por isso que escrevo
E sim porque o papel me permite sentir compaixão
Por mim mesmo
Pelos outros
Porque tenho um coração
Sem cobranças
Hoje descobri que talvez eu não tenha alguém pra ligar de madrugada, mas a felicidade que transborda dos meus poros neste instante, nem me permite qualquer depressão, poderia contar até para um estranho o quanto absorvi daquele perfume, do quanto eram macios os objetos do seu corpo que utiliza para falar, do quanto eu posso estar fudido por isso ter acontecido. Tem alguém acordado pra me ouvir agora? Acho que não, ninguém gritou, ninguém disse “estou aqui!”
Hoje nos olharemos e eu espero não cobra-lo, talvez ele tenha medo disso, mas não quero cobra-lo, sei que foram as doses etílicas que regeram o momento, mas o que me consola é que o álcool só nos faz soltarmos as nossas feras, deixando que elas comam do que quiserem, nada de vampiros que não aproveitam o sangue humano, nada de bruxas boazinhas ou fadas malvadas, a natureza pura que se manifesta e é a verdade.
Gargalhadas explodem em meu peito, um riso satisfeito de desejo realizado, tão desejado desde que ele disse “um desejo, quando bem desejado, pode se tornar realidade” e dane-se a culpa, foi mágico pra mim, foi bom pra ele que disse “eu também curti”, vontade satisfeita, não desejo cobranças...
Por mais louco que eu fique, sempre vou poder absorver esse cheiro, por mais louco que eu fique de vontade de sentir o seu gosto, sempre vou te ter por perto, mesmo que numa lembrança gostosa, pelo menos eu soube esperar, contudo acho que agora será daqui pra frente, sem cobrança, sem lágrimas, sem esperanças, te tive e te perdi, agora você vive e eu também continuo vivendo.
Macacos e Marulas
Casulo
Às vezes eu me pego pensando em você mais do que o normal, na verdade já deixou de ser normal há algum tempo. Quero dizer... Paixão é normal? Se for, não preciso me preocupar tanto, a não ser pelo fato de que vou dormir pensando em você e acordo pensando de novo, no seu sorriso bobo, no seu abraço apertado, no roçar da barba, no toque das suas mãos em meu cabelo, mesmo quando diz para eu cortá-lo.
Gosto quando você senta ao meu lado e encosta a cabeça em meu ombro... Provoca-me a vontade de te proteger do medo, do escuro, da maldade das pessoas e do mundo. Ai você me abraça de novo e sinto o seu perfume, seus diversos cheiros, do natural ao de frutas ou chá que você tanto gosta. Depois me mostra o sorriso bobo e lindo que aquece o meu espírito e me faz gostar ainda mais de você.
Nem fico destruído quando você fala dos outros, mas guardo apenas para mim o desejo intimo de que fosse eu em seus pensamentos... Você me chama de “amor”, querendo dizer amigo e eu querendo entender o sentido literal desse vocábulo, ao mesmo tempo em que tento não ficar tão vulnerável e entregue a esse sentimento.
Mas é tarde de mais, você já trincou meu escudo, já rachou meu casulo, que por pouco ainda não quebrou, ainda me protejo com as minhas asas, faço isso pelo medo da dor e fico em dúvida se devo abri-las ou se devo continuar no conforto do encapsulamento.
Lidar com isso é tão confuso, que só o que penso ser capaz é deixar que o vento me leve pelo melhor caminho e no melhor sentido em que não haja erros, mesmo que não possa ser perfeito.
Observar você chegando, voando e batendo as asas coloridas, me deixa admirado e fascinado... Ai você me nota, às vezes ignora, às vezes ri de volta como resposta ao sorriso involuntário que me formo ao te olhar, sem malícia eu acho, sem malícia eu sei.
Só me resta ser sincero, comigo e com você, porque o que eu sinto é puro e nada mais importa.
Lagarta
Era uma vez um garoto e onde ele morava havia um jardim, que todos os dias era visitado por um beija-flor, o garoto encantado ao ver aquele pequeno ser, amou-o desde o início, era o seu beija-flor, que não vinha todos os dias apenas pelo néctar das flores, mas também pela companhia do menino e os afagos com os quais lhe presenteava.
Às vezes, o garoto fechava a pequena ave em suas mãos e depois de um longo tempo o soltava, o pequeno ser não se importava, talvez por amar o garoto.
Mas um dia depois de muito tempo, o beija-flor voltou, contudo não sozinho, havia outro igual a ele e quando o menino se aproximava, os dois voavam para longe, foi então que uma grande depressão tomou conta dele e só depois de muito remoer seus sentimentos, aprendeu que o pequeno animal era livre e que grande parte de sua beleza era resultado de tal liberdade, aprendeu também que por mais que o amasse, jamais poderia obrigar o animal a ficar para sempre com ele.
Porém tudo deixa marcas, algumas boas, outras ruins, então o garoto foi crescendo e se tornando um homem e à medida que crescia, se formava em volta dele um casulo, casulo esse que acabava por bloquear sua visão e já não lhe permitia mais ver a beleza de qualquer beija-flor, pelo menos não a mesma beleza que o fazia se sentir tão bem e encantado, apenas uma beleza que cansava e que depois de algum tempo desinteressava seus olhos, lhe garantindo apenas alguma satisfação efêmera.
Até que um dia, andando a esmo foi parar no seu jardim, o qual estava fechado e mal cuidado, ele sentou na terra já seca e uma lagarta perdida lhe encontrou, disse-lhe que estava apaixonada, respondeu-lhe que há muito não se permitia apaixonar-se, a lagarta retrucou que a paixão só depende de si mesmo e que é possível ter muitas paixões na vida, em seguida ela partiu suspirando pelo caminho.
O garoto, já quase homem, teve medo, a lagarta de alguma forma trincou seu casulo, bem no instante em que uma borboleta passava despreocupada pelo jardim, ele olhou pela fresta causada em seu casulo, pela lagarta, e sentiu uma pontada no coração, um frio na barriga e um medo muito grande, mas a borboleta era linda e quanto mais se esforçava para ver melhor, mais o casulo rachava, ele tinha medo, ficando cada vez mais desprotegido, sem saber o que aconteceria dali para o futuro...
Viver é bom... Nas curvas da estrada...
Solidão
Aqui, mendigando um pouco de atenção
A barriga no colchão
Quero o mesmo sexo
Quero pão
E amor sem nexo
E paixão sem sexo
Não quero foda nem felação
Só carinho e comichão
Sentir tesão
Menor que a emoção
Só o toque
Sem malícia
A mão amiga
Sem masturbação
Quero você que não conheço
Esse você que não esqueço
Mas é desconhecido pela razão
Se existe, não te vejo
Tateio tudo pela escuridão
Por que foge no inverno
Por que retorna no verão
As vezes sinto estar no inferno
Tendo esmagado meu coração
Esperando que me leve ao céu
Provavelmente esperando em vão